Informação e comunicação racial genderizada em saúde no contexto da pandemia da COVID-19
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Localização
Teresina PI - Teresina / PI
Áreas de Atuação
Vigilância
Resumo
A pandemia da COVID- 19 não é democrática, principalmente no Brasil, uma vez que o primeiro caso de óbito que ocorreu foi de uma mulher negra, 63 anos moradora do interior do Rio de Janeiro, trabalhava como empregada doméstica na capital, ele não tinha ido a Europa, seus patrões recém chegados da Itália a contaminaram, eles não morreram, esse fato nos aponta o seguinte cenário: a pandemia tem cor e gênero. O panorama pandêmico em que a sociedade se encontra agudiza as desigualdades estruturais e desmonta o tal mito da democracia racial. As mulheres negras estão inseridas no mercado de trabalho de forma altamente precarizada. A ocupação de empregada doméstica ou secretária do lar, quase sempre sem carteira assinada, tem sido uma das principais atividades laborativas das mulheres negras e durante o isolamento social obrigatório muitas mulheres deixaram de trabalhar, pois essa era a recomendação do governo, diga-se de passagem extremamente necessária, suas famílias ficaram sem renda, uma vez que era a única fonte financeira, o auxílio emergencial demorou ou não chegou para todas as famílias que dependiam deste, essas são famílias chefiadas por mulheres e negras em sua maioria. A pergunta a ser feita é: cadê as políticas públicas e sociais, como medida reparatória e compensatória que deveriam ter acompanhado a abolição da escravatura? Não existem. As negras e os negros que foram escravizados não tiveram acesso ao trabalho, à terra, à moradia, não tiveram acesso à nenhuma dignidade humana. E a pandemia revela a continuidade desses não acessos, desses níveis de desigualdade e de vulnerabilidade, desse racismo estrutural. Os impostos que viabilizam essas estruturas são pagos pelo conjunto da população, as pessoas negras, somando-se pardas e pretas, são a maioria da população, então porque não aparecem nesses espaços usufruindo das oportunidades desses serviços e políticas? Por que estamos falando de uma sociedade racista em que produz privilégios para poucos, leia-se pessoas brancas, e ausência de direitos para muitos. A pandemia tem cor e gênero, sim. As pessoas pretas e pardas, de identidade étnico-racial negra, estarão mais vulneráveis a serem acometidas por esta doença. E ao adoecerem pela covid-19, as chances de sobrevivência serão menores do que as de outros grupos porque isso envolve possibilidades de se cuidarem. Em relação ao gênero, destacasse a monoparentalidade, ou seja, famílias chefiadas por mulheres que cuidam sozinhas de suas filhas e filhos que dependem exclusivamente delas econômica, financeira, moral e afetivamente e, que saem de casa para trabalhar deixando aos cuidados do Estado que os negligencia. Dessa forma, o projeto com debates on-line referentes a pandemia da COVID-19 é de suma importância nesse momento de distanciamento social. Desse modo, a internet serve como um meio de disseminação de informação de maneira mais rápida e assim é possível através dela abranger um número cada vez maior de pessoas para tratar sobre a discussão relacionada a ações de medidas públicas e sociais. Por isso a proposta da realização de interações virtuais estimulam o debate acerca da COVID-19 em relação a raça/cor e gênero na nossa sociedade.
Local da Implementação da Solução
Território Brasileiro
Abrangência
Nacional
Parceiros
Fundação de Amparo a Pesquisa (FAPEPI)(Piauí); Programa de Pós Graduação de Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí (UFPI) (Piauí); Universidade Estadual do Piauí (UESPI);
Quais os principais resultados observados (até agora)?
Que essas interações virtuais estimulem os responsáveis pelas formulações e implementações de políticas públicas para a incorporação dos determinantes raça/cor e gênero.
Status atual da solução
Em aplicação
Como ocorre/ocorreu a divulgação da Solução?
Informações sobre a solução
Pergunta: | Sim | Não |
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A Solução aborda o uso sustentável de recursos, as áreas naturais e o conhecimento tradicional? | - | |
Formou agentes disseminadores do projeto? | - |